O Khaleege ou Khalije (pronunciem “ralíje”) – que em árabe significa “Golfo”- é uma dança típica do Golfo Pérsico e toda aquela região da Península Arábica (Arábia Saudita, Iêmen, Omã, Emirados Árabes, Qatar e Bahrein) envolvendo também o Irã, Iraque e o Kuwait. Aqui no Brasil nós conhecemos apenas uma versão do Khaleege: a feminina. Neste folclore, os homens também dançam, mas separados das mulheres (ou seja, eles não dialogam na dança, cada um tem a sua parte, e geralmente nem dançam sequer no mesmo espaço). Apesar de ambos serem Khaleege, as características mudam para cada gênero, o que vamos explicar aqui.
Khaleege Feminino
Para falar de Khaleege, esqueçamos tudo o que sabemos sobre a Dança do Ventre em questão de técnica. A começar pela vestimenta. Usa-se uma “Tobe al Nashar” ou Longa Túnica, sempre colorida e ricamente bordada, esta túnica ainda pode ser usada para compor os passos, ao segurá-la nos giros e nos deslocamentos. Os cabelos longos são fundamentais para compor este visual, devem vir soltos, podendo usar arcos para enfeitá-los. A quantidade de bordados e o que usar por baixo varia de acordo com a região onde o Khaleege é dançado. Por exemplo.
- No Khaleege iraquiano (onde se originaram os movimentos das mãos batendo no corpo) nasceu o costume de ajustar a bata ao corpo para enfatizar os movimentos do quadril. As mulheres costumavam pintar com henna as mãos, o queixo, a testa e os olhos, e usavam enfeites de ouro do nariz até a testa;
- No Khaleege tribal (como algumas pessoas chamam o khaleege do Golfo Pérsico) é costume usar aquelas calças largas ou um vestido por baixo. As bailarinas que preferirem, também podem usar a roupa de dança do ventre mesmo, por baixo da bata, que é um costume bastante comum. Nestes dois estilos de Khaleege, usam-se muito os ombros, as mãos e a cabeça, com atenção especial para a movimentação dos cabelos para fazer um charme, tocando a testa com o pulso nos dois lados da mão (em forma de concha), no peito (podemos colocar uma das mãos no peito quando jogar o cabelo) e bater os pulsos (com delicadeza);
- Agora, no estilo Maghreb, por baixo da bata usam-se calças e lenços de quadril. Os bordados da bata neste estilo não são tão ricos quanto nos outros dois, e a ênfase é no quadril e os movimentos de cabeça nem são usados.
Os pés (isso em qualquer estilo) sempre seguem um movimento igual, que é como se a bailarina estivesse “mancando” acompanhando os “duns” da música com essa marcação, sempre arrastando o pé de apoio. É muito importante a expressão da bailarina, sempre dando a entender que é tímida sem chegar a ser ingênua, o mais feminina possível, as mãos delicadas, apesar de não se usar aquela mão clássica. Era originalmente dançada em círculos.
O ritmo utilizado para esta dança é o Soudi (já ouvi chamarem de Saudi), também chamado de Khaleege, caracterizado pelo “Dum-Dum-Ták” um pouco mais lento, sempre uniforme, cadenciado. É um ritmo 2/4 e os mais fortes são os duns, sempre, e marcando com o pé.
A seguir, temos alguns vídeos de Khaleege:
Khaleege Masculino
Este folclore é uma dança beduína, os passos basicamente são a famosa “ginga” e um quê de malabarismo. Os homens dançam com o bastão ou com um rifle (Yoolah), o primeiro serve como uma espécie de apoio, para balançarem para frente e para trás em fila, também movimentando-o de forma semelhante ao Saidi (segurando com os braços para cima e o apoiando no ombro) e o segundo o giram sem parar, o jogando para cima e também usando como apoio. Os homens, além disso, dão uns saltinhos – tímidos – para acompanhar o acento do ritmo, semelhante ao das mulheres.
A roupa deste folclore é a roupa tradicional dos árabes do Golfo Pérsico. Isto é, muitos deles não usam só essa roupa para dançar, mas na sua vida cotidiana também.
A seguir um vídeo de Khaleege Masculino:
Espero que vocês tenham gostado.
Fonte: Cia Flor de Lotus
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